quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

…acorda Paulo que já são 6


Esta manhã como é habitual na casa do treinador do Sporting, a mulher do Paulo Bento diz:

- Acorda Paulo que já são 6.

- O quê? Já marcaram outro?


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o asno… a cavalgadura que relincha




Ninguém derrota o asno… nada abala a fortaleza de ânimo do asno… ele é asno e está firme em cima da ponte.
Os outros querem ser livres e formar uma rede que cumpra a democracia que se perverteu e oligarquizou vergonhosamente? É lá com eles.
O asno está parado… O país é do asno… o asno é que sabe… saber é matéria exclusiva do asno de oiro.
Há um rumo: despesa com a Comitiva do Regime… comer… nada mais resta que comer Portugal de cebolada.
Ele está lá de pedra e cal, dono de Portugal, o asno, pronto a derrotar-nos a todos sem piedade, talvez até com um secreto sabor a vitória… conduz-nos à dívida e à desmoralização… leva-nos pelo braço através da selva fiscal que nos penaliza e miserabiliza… mas sai incólume de todas as trapalhadas passadas… e são tantas.
Quem é que o perturbará?! O que é que o pode afectar?! ninguém… nada.
O Parlamento cabe na pochette… a imprensa no bolso relojoeiro… a pgr assenta-lhe muito bem no bolsinho do lenço ao lado do pin do ps peitoral.
Para "blindar" o asno e defendê-lo de questões incómodas ou para o poupar na repetição de anúncios, o partido do asno no parlamento, foi instruído no sentido de "perguntar" ao dito pelos "sucessos" do "plano tecnológico".
O asno evidentemente não se poupou e, uma vez "puxado" o "Magalhães" para a mesa, não hesitou como se já estivesse em congresso… «Portugal vai ser o primeiro país no Mundo onde todas as crianças dos seis aos dez anos têm um computador pessoal.»
O asno está como que num limbo "governado" pela crise para a qual só ele, o asno, tem "soluções" e um "Magalhães"… mesmo que retóricas, vagas, inúteis ou meros paliativos formais não são admitidas interrogações nem interferências na genialidade com que este este governo os "inventou", às "soluções" e ao "Magalhães".
Isto permite que tudo o resto seja tratado com sumário desdém (o negócio entre a CGD e o sr. Fino, o BPP, os 70 mil novos desempregados, etc., etc.).
Não convém que o menino suje o armani… melhor será que seja o país a afundar-se e a sujar-se de miséria e desnorte… roçando a Islândia no mesmo descalabro por razões de incúria diferentes.
Pena, não haver boa moeda que expulse esta moeda falsa e janota!

 
Cansado pois, de ouvir 'tanta' propaganda governamental… justificações para actos semelhantes a roubos… discursos bafientos e apelos, muitos apelos, à estabilidade… mesmo que o país esteja de "rastos"… resolvi mudar de fonte de informação…
Futebol… foi o que escolhi… talvez (mal) para 'acalmar' o "ódio" que já sinto por estar a 'viver' os momentos mais importantes do início do século.
Ouço, então, um jornalista desportivo… vomitar a expressão : "O BALANCEAMENTO GENÉTICO OFENSIVO".
Sei que vou morrer sem que alguém me possa explicar o que aquele vómito quer dizer… contudo, morro 'satisfeito' em saber que, no meu país, há cavalgaduras que, quando relincham, sei o que querem dizer.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

ensaios sobre a cegueira…

Sequência de acontecimentos típica do actual estado económico das coisas…

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…claramente fora da normalidade.

A palavra ‘normal’ significa tudo aquilo que é “conforme à norma ou à regra comum;que serve de regra, de modelo;exemplar;habitual;ordinário;” assim define o dicionário.
Portanto… partindo daquela definição, devemos estabelecer que todo tipo de comportamentos que fujam à regra comum, à maioria, ao habitual, não é normal por representar uma porção diminuta de uma sociedade especifica… de um país… de uma cultura.
Não quer isto dizer que o que foge à normalidade seja algo não natural… as minorias sociais existem ‘naturalmente’… são produto da natureza… e das sociedades…
De certa forma é também ser-se ‘normal’ contrariar a aprovação do casamento entre pessoas de mesmo sexo… no fundo, está-se a defender que o Estado não se meta (mais) na vida dos cidadãos, que não se intrometa (mais) numa instituição criada por nós muito antes do Estado andar por cá.
Queira-se ou não, foi com base no casamento e nas famílias que as sociedades se criaram, cresceram e lutam por se manter vivas. É legítimo que a sociedade queira preservar estes dois pilares da sua (auto-)sustentação.
Ninguém nega que, ao longo dos tempos, o conceito de casamento, principalmente o civil, foi evoluindo… foi a evolução que permitiu, por exemplo, pessoas de diferentes raças casarem-se e a mulher deixar de ter um papel subalterno.
Há quem veja agora uma evolução no facto de se estender o casamento a duas pessoas do mesmo sexo e até a mais que duas pessoas ao mesmo tempo.
Mas é legítimo que boa parte da sociedade veja nessa suposta evolução uma ameaça. Por tal, exige-se da primeira argumentos suficientemente fortes para haver uma alteração legislativa.
Deixe-mo-nos de complexos jurídico-constitucionais… duas pessoas do mesmo sexo que querem casar são homossexuais.
Mas… o casamento não é o único caminho para constituir família, pois existem as uniões de facto… e a lei das uniões de facto pode ser alterada e aperfeiçoada…
A vontade de aprovar o casamento de pessoas do mesmo sexo surge apenas como uma forma de os homossexuais verem reconhecida e dignificada a sua identidade ao estatuto de ‘normal’ quando na realidade o não é… literalmente falando, claro está.
Mas o que esta proposta faz é precisamente o contrário. Reconhecer e dignificar uma identidade é aceitá-la como ela é, com as suas especificidades, com as suas semelhanças e as suas diferenças… não sendo ‘normal’, é natural… e ao mesmo tempo não persegui-la ou discriminá-la.
Forçar, pela via legislativa, uma igualdade que não existe é desprestigiar quem deveria ter orgulho na diferença…
Nada tenho contra ou a favor da homosexualidade… cada um que faça o que a natureza o impele a fazer… no entanto, vivemos numa sociedade cuja normalidade cultural configura um casamento entre pessoas de sexos opostos.
Não estou, pois, nada convencido e satisfeito, que se possa em nome de alegadas igualdades fazer equivaler todas as correntes, todas as tendências, na instituição histórico-cultural do ‘casamento’.
Se assim for… a formação de lobbys obrigará o estado a acolher na lei do casamento todo tipo de tendências sexuais… e são tantas…
Não podemos, em nome da tão praguejada norma constitucional… não discriminação da pessoa devido à sua orientação sexual… aceitar que as tendências sexuais marginais à normalidade, embora possam ser naturais, sejam integradas numa instituição milenar como é o ‘casamento’ na sociedade em que vivemos.
Sabemos que existem variadissímos casos de pessoas por esse mundo fora, que quiseram casar com o seu animal de estimação… pessoas há que pretendem casar com mortos… outros em consanguinidade de 1º grau… outros ainda a pretender casar com várias pessoas ao mesmo tempo… entre várias outras pessoas por esse mundo com tendências sexuais diferentes, umas mais naturais do que outras…  em todo caso claramente fora da normalidade… cultural.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

angola… e a crise global

 

Bom… comecei a ouvir falar no termo ‘crise’ em Angola. Os principais orgãos de comunicação dão conta disso mesmo… o discurso dos agentes políticos já reflecte essa preocupação… alguns investimentos estão agora a ser reconsiderados.

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26º andar hotel presidente (depois do elevador avariar descemos a pé.)

O petróleo, no qual Angola assenta a sua economia, tem vindo a sofrer uma desvalorização considerável… há um ano o preço do crude andava pela casa dos 140 usd por barril, hoje está a cotar na casa dos 34 usd o barril… ou seja 4 vezes menos. O min. das finanças angolano garantiu que não iria desvalorizar a moeda kwanza… depois do receio generalizado que tal acontecesse, com levantamentos avultados de depósitos em moeda local. Tenho dito que esta gente que governa o país, recentemente empossados, tem uma visão das coisas mais ocidentalizada… e não caem na tentação de desvirtuar o mercado artificialmente… o que dá esperança de que as coisas estão no rumo certo.

O orçamento de estado angolano foi elaborado inicialmente com base numa cotação de 65usd por barril… mais tarde rectificou-se aquele valor para os 55usd por barril… hoje está muito abaixo do previsto.

Além disso, as diamantíferas estão a despedir pessoal… abrandaram a extracção de diamantes… e os que são produzidos destinam-se a stockagem. A procura a esta pedra preciosa diminuiu drasticamente, e o preço, consequentemente, também.

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Sendo este dois produtos, os dois pilares de receita de Angola, não seria de esperar outra coisa… os projectos do país serão necessariamente revistos… de acordo com as receitas actuais.

Esta crise global… veio ajudar os governantes deste país a acelerarem os projectos de diversificação económica… a ideia é dar prioridade a investimentos… essencialmente recuperar velhos negócios… café, algodão, agricultura, produção carne… há males que vêem por bem… e deixar de depender exclusivamente da importação de produtos.

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Com efeito as pautas aduaneiras vão reflectir mais essa preocupação… todos os produtos importados que concorrem ou venham a concorrer com a produção nacional angolana serão sujeitos a pesadíssimos impostos aduaneiros…

sábado, 14 de fevereiro de 2009

cóléstrol… elevado

“ó Joaquina o que é isto?” eu perguntei apontando para uma garrafa cheia.
“ ah… doutô isso é pró cóléstrol do sr. jorge… deita água á férvê e depois dêxa ficar morna… bóta beringela cortada aos bócado… mais só quando ficá morna… e áí á água fica cu essa cô… e depois bébi” esclareceu a joaquina… “faiz bem pró cóléstrol alto…” continuou.
“olha… que engraçado… gosto de saber essas coisas joaquina” eu disse. “ hã… doutô também tem beringela lá em portugal?… e trémoço? também?… hã podji fazê tambem uma água com trémoço e bate muito bem… até ficá bem disfeiiito… depois logo de manhã bébi… é bom pró coléstrol… e pró açucar no sangui…” ela explicou.
Amanhã vou-lhe pedir mais receitas… e anotar tudo… sabe-se lá.

este dia…

Em boa verdade… este dia… não é um dia especial… para mim.
… não sou muito do género de pessoa de aguardar por um qualquer dia para comemorar um afecto… acresce que, não foi neste dia que começei a namorar…
… na realidade, nem sei quem foi s. valentim… por isso… este dia não me faz recordar ninguém… em que não pense intensamente todos os santos dias… incluindo este.
… este dia acrescenta apenas coisa… uma música… a nossa… todo este céu… que te dediquei  há uns bons anos… e que diz tudo… e que me arrepia.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

…atingímos o clímax…

… “ultramar”… “ultramar”… são expressões que se ouviam amiúde… há uns bons anos. Nessa altura, a ideia era manter sob o domínio da ‘pátria’ as colónias além mar… jovens da dita pátria durante uma década partiam em navios… devidamente fardados… em ‘calção colonial’.
Regressavam uma vez por ano… num total de dois… ou mais… uns de pé… outros deitados. Não existiam formas de contacto… não havia internet, web cams… não havia telemóvel, o telefone era coisa rara e as ligações não eram fáceis… não existiam satélites de comunicações.
Postais e cartas eram a forma usual de se comunicar com a família… que esperava as ditas com a ansiedade de quem desconfia do pior… as noticias corriam… de boca em boca… o vizinho complementava a informação do outro… e o outro vizinho a do outro ainda… assim sucessivamente… e em círculo, a informação era espalhada… actualizada por cada um… uma rede de pessoas unidas pelos mesmos interesses… que partilhavam entre si as alegrias e as tristezas… assim foi Portugal em tempos idos… tempos de guerra…
Tal foi o impacto psicológico que aquele período teve nas pessoas envolvidas, que ainda hoje, se reúnem uns com os outros… em festas comemorativas.
Participei em algumas delas… ainda miúdo… levado pelo meu pai… e fiquei com a ideia até hoje, que aquela gente… os sobreviventes tinham uma relação única… nem a mãe, nem a mulher… ninguém… os conhecia tão bem como os parceiros de luta daquele tempo… do que somos ou não capazes só o revelamos em situações extremas… e isso sentia-se… conseguia-se respirar o comprometimento entre uns e outros.
Hoje, as coisas não são assim… desde logo porque não há guerra… no entanto também partimos … de igual forma deixamos a família… os filhos a mulher a mãe os irmãos… procuramos algo que o nosso próprio país… por quem muitos deram a vida… não nos consegue oferecer… fazemo-lo sem a imposição coerciva de outrora… mas de igual forma, somos levados a faze-lo… pelas circunstancias de cada um…
Fizemo-lo por diversas vezes na nossa história… nos descobrimentos… no estado-novo ás escondidas… contrabandeados… a pé… rumo a frança, suíça, luxemburgo… embarcados até á américa do sul, eua, canada… em naus… em paquetes…
Vivemos em constante fuga da nossa pátria… cinco milhões… e sinceramente duvido que o problema seja individual… de cada português individualmente considerado… ou apenas resultante do nosso génio de cariz aventureiro…
Na verdade, poucos povos tiveram a capacidade que os portugueses demonstram em se adaptar ás circunstancias… o génio aventureiro do povo lusitano deu, porém, resultados… exploramos os recursos do brasil, de angola, fomos traders exclusivos das especiarias do oriente… portugal obteve grandes proventos do génio do seu povo…
A realeza e todos os sucessivos chefes de estado subsequentes… com estimadas excepções… fizeram desses proventos o uso que muito bem lhes deu na gana… mas portugal… nunca aproveitou de forma sustentável… essas injecções de capital … tudo foi gasto em futilidades… em obras sumptuosamente caras… em desnecessariadades…
“… desmanchámos as casas, tornámos de volta, pobres numa muleta… acabou-se a teta.. ao serviço de grandes senhores, regressamos de vez, confiado nesta promessa, enganado nesta esperança…” Fernão Mendes Pinto
… e de novo uma nova esperança… Portugal na CEE… fundos comunitários… 1985… Mário Soares dá corpo á adesão. Dez anos de mudança profunda se seguiram… pelas mãos de Cavaco, portugal desenvolve-se a um ritmo promissor… chega a ser internacionalmente apontado como exemplo a seguir.
… divida externa controlada, investimento em infra-estruturas, inflação a descer, pib em bom crescimento… condições de vida a melhorar… positividade… estabilização do escudo.
… 1995 a 1999… atingimos o clímax… o povo tinha finalmente dinheiro… emprestado… o estado gastava… o ritmo da construção acelerava mais… o pais endivida-se… alegremente… o deficite da balança comercial agravava-se… a produção agrícola era desincentivada… a frota pesqueira abatida… a industria portuguesa fica sujeita á concorrência (desleal) da china que entretanto entra na organização mundial do comércio… pela mão amiga dos eua…
…incentivam-se projectos… sem valor… incentivam-se projectos que previlegiavam a elegibilidade de apoios a activos sem qualquer rentabilidade económica… gastou-se o dinheiro comunitário em equipamentos de escritório, ar-condicionados, financiaram-se maquinas de calcular, computadores, estantaria, empilhadores, gruas, obras de readaptação não sei de fábricas ou de casas particulares, maquinas usadas inadequadas vindas do exterior como novas… a avaliação de projectos por um organismos, o iapmei, cujos quadros apenas viam papeis, que pela formação que tinham desconheciam sequer para que serviriam as ditas máquinas… financiaram-se formações profissionais hilariantes…
…incentivavam-se mega-investimentos de multinacionais com tudo o que isso trás de bom e de muito mal… excessiva dependência a meia dúzia de empresas… como estamos agora a assistir…
… sem que algum idiota de entre todos os idiotas políticos que passaram a governar a ‘pátria’… se tivesse apercebido que a divida de Portugal ao estrangeiro aumentava paulatinamente… de 20% em 1995… para 90% em 2008…
… e de novo estamos como nunca estivemos… mal… e sem perspectivas… esta situação configura uma situação de falência… como no tempo do governo de soares… e das negociações com o fmi… a chamada bancarrota… regredimos, pois, novamente… trinta anos… com a agravante que destruímos todo o tecido económico que éramos conhecedores… do qual tinhamos know-how. Hoje dependemos de uma quimonda… de uma autoeuropa etc e tal.
Necessitamos de ser governados por pessoas de excelência… e não por produtos do marketing… o país não aguenta mais esta casta de incompetentes que assaltaram a liderança deste país… precisamos de uma colheita de políticos com sentido de objectividade… de missão… com experiência… com cultura… com visão… com muita dedicação e trabalho… precisamos de um ‘presidente do conselho’… em versão democrática… que volte a unir o povo em torno de um objectivo… como nação europeia… num desígnio… recuperar sustentávelmente a economia de Portugal… sem demagogia… sem falsas promessas… que possa indicar um rumo nos diversos sectores económicos… alguém no qual se possa confiar… a definição clara das potencialidades do país… nos diversos sectores… alguém objectivo…
Paralelamente não precisamos de lideres generalistas… de bom discurso… de pessoas com capacidade argumentativa… que nos fazem crer que o branco pode ser preto… de carreiristas de partidos… que nada fizeram de relevante na vida para merecer tais cargos… de profissionais da politica… e do parlamento… e do governo… não mais… esta estirpe de gente… que vivem á tona… como…
Resta-nos, enquanto esses messias não chegam, esperar que os lideres de outros países consigam fazer aquilo que os nossos não conseguem… e por esse efeito disfarce a incompetência dos nossos e nos alavanque para alguma melhoria daí resultante… resta-me, felizmente, a consolação que o mundo não depende de nós… dos nosso governantes… claro está.
… e isso é muito muito positivo…

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

… seis pontos… já

O Tribunal da Relação do Porto confirmou o arquivamento do «caso da fruta» relativo ao jogo do «Apito Dourado»… o tribunal demonstrou que a testemunha mentia e foi formalmente acusada disso mesmo.

E pronto… se este caso não tivesse sido decidido na anterior época desportiva… o fcporto perderia seis pontos na presente época… segundo reza a lei…

… pelo que deduzo; que o que foi indevidamente retirado… seja devidamente reposto… na presente época… como se aduz no espirito da mesmissima lei.

… seis pontos… já

laranja…


… meio-dia… um calor sufocante… de pé um homem á espera no passeio da marginal de luanda… sentada no chão, encostada a um pilar… uma mulher… com três cestos de fruta.
Nada de especial… assim contado… um homem de pé… e uma mulher sentada descascava uma laranja… cuidadosamente… com as mãos… um serviço incluido no preço da fruta.

humm… aonde é que já ouvi isto…

 

“…O xerife de Nothigam era uma espécie de Teixeira dos Santos do seu tempo que teimava em subir os impostos, asfixiando as pessoas – o ‘Robin dos Bosques’, ao contrário, combatia o encarniçamento fiscal e tentava aliviar a carga de impostos das pessoas, ontem no correio da manha (Carlos Abreu Amorim, Prof. Universitário).

obliquidade… portuguesa

“O povo português é trabalhador e, em geral, paciente ... É também vincadamente individualista, mais capaz de actos pessoais de heroísmo do que de esforço regular em obras colectivas. Acrescente que o seu coração é generoso, a sua inteligência muito rápida, a sua faculdade de adaptação surpreendente, mas o seu espírito pouco inclinado à objectividade."
(Salazar, 1942)

prefiro recordar… os que não tiveram direito a nascer

Celebram a “vitória” de uma causa… a eutanásia… em itália…invocando o direito a ter paz … ás pessoas que mais amam…
Eu… apenas lamento as pessoas que não nasceram, as pessoas que nunca conhecerei, as pessoas que ninguém poderá amar porque se votou a sua inexistência há dois anos… prefiro recordar as vitimas dos que não tiveram o direito a nascer…

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Puxa… que calor!!!

 

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                                    35º Luanda

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

…no comments…




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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

… Carpe Diem…

Diz a tradição judaica que quando os sábios se reuniram para estabelecer os canones da religião, um conjunto de livros ancestrais deveriam fazer parte da Bíblia… houve violenta discussão sobre o livro do Eclesiastes… não apenas para deixá-lo fora da lista dos selecionados, mas para bani-lo completamente.
Consta que o autor seria o Rei Salomão e, foi por esta suposta autoria, que o livro de Eclesiastes foi incluído na Bíblia… e ainda bem que o foi… digo eu… pois é simplesmente brilhante…
De qualquer forma… que fique claro… Eclesiastes era um sábio de meia-idade ou mais, que tentava lidar com o medo da velhice e da morte… procurava desesperadamente por alguma coisa que dê à sua vida um significado menos efêmero… assim como todos nós, assim creio.
Um dia Eclesiastes (Salomão) perguntou… "O que dá importância a minha vida?"
Consta que ele terá tentado ter sucesso em todas as áreas… e fracassou em todas… como tantos nós… dedicou-se ao prazer em geral que o dinheiro pode conceder…
Já mais velho, percebe a efemeridade da riqueza, do prazer e do poder. Num esforço para descobrir o sentido da vida, começa a estudar.
Porém, quanto mais sábio… melhor vê… com mais clareza, as torpezas á sua volta… a riqueza e o prazer… não deram à sua vida um significado duradouro… e a sabedoria… também não… 
Eclesiastes… torna-se religioso… e também se desaponta, pois nem mesmo o alegado mais alto grau de virtude o protegerá da morte... inevitável, assim deduzo…
Na verdade, os sonhos das nossas vidas são sempre orientados para o sucesso, dinheiro, status social… et voilá… damo-nos conta que o tempo ‘ciumento’ passou…
na realidade nunca vamos conseguir ser e fazer aquilo que verdadeiramente queremos… aquele sonho secreto… que nunca ousamos revelar… o da alma… aquele que fica preso nas entranhas… cá dentro… e nunca se liberta…
Fará alguma diferença a maneira pela qual vivemos? sendo bons, honestos e compassivos… se nada disto tem efeito no saldo bancário?  assim pergunto.
… a soberania dos valores impostos… pessoas dignas quando bem-sucedidas… sempre avaliados em padrões sociais… assim me resigno…
O resultado não é apenas uma desorientação moral, mas um estado doentio… colectivo… psicótico; preocupação… a ansia por fazer planos, por sonhar á medida da escala exigida pelos padrões que pensamos serem distintos e considerados pelos… ‘outros’… sem serem os nossos próprios.
Mas a nossa vida é mais importante do que tudo isto… assim afirmo… e a nossa vida é esta… irrepetível… única… sem segunda chance… é aquela recta que vai simplesmente do ventre da nossa mãe… á “cova escura”… sem se saber quando… nem como… nem porquê… nem…
Eclesiastes (salomão) escreveu o tal livro para dividir os seus desapontamentos com o mundo, do qual li excertos… e para avisar que não devemos desperdiçar nosso tempo na ilusão de que, a riqueza, sabedoria, prazer ou virtude, dão sentido e importância às nossas vidas.
O que importa verdadeiramente é sermos fiéis a nós mesmos… assim penso… aonde quer que isso nos leve… a importância em reconhecer, nos prazeres pequenos da vida… em cada momento… em cada dia… e no outro a seguir… e só nesse… apenas o dia de hoje… um dia de cada vez.
Podemos ser felizes ao domingo mesmo tendo de pagar contas na segunda… assim quero.
 

Que havemos de esperar, Marília bela?
que vão passando os florescentes dias?
As glórias que vêm tarde já vêm frias,
e pode, enfim, mudar-se a nossa estrela.
Ah! não, minha Marília,
aproveite o tempo, antes que faça
o estrago de roubar ao corpo as forças,
e ao semblante a graça!
Tomas Antonio Gonzaga
Sofremos a aflição do que ainda não aconteceu… do amanha… e do depois… e do depois de amanhã… assim vejo, que o céu transborda de almas que tinham feito planos para um dia… que nunca viveram.
“passado é história, água corrida que não volta. Futuro é hipótese, probabilidade apenas, incerteza e risco, impalpável demais para ser levada tão a sério. Se tiver de viver, que seja agora”
 
Colhe o dia, confia o mínimo no amanhã
Não perguntes, saber é proibido, o fim que os deuses
darão a mim ou a você, Leuconoe, com os adivinhos da Babilônia não brinque.
É melhor apenas lidar com o que se cruza no seu caminho
Se muitos invernos Jupiter te dará ou se este é o último, que agora bate nas rochas da praia com as ondas do mar Tirreno: seja sábio, beba o seu vinho e para o curto prazo reescale as suas esperanças.
Mesmo enquanto falamos, o tempo ciumento está fugindo de nós.
Carpe Diem, confia o mínimo no amanhã.
Quintus Horatius Flaccus  (62 a.c)
… ouço Horatius, que perscrutou uma verdade profunda… de Eclesistes ou Salomão uns seculos antes… revejo semelhanças com outros… dois milenios atrás… e traduzo numa norma simples… visto por alguns… que admiro… á minha maneira…

   

Não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, sobre o que vestireis.

Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que as vestes…

… Qual de vós poderá, com as suas preocupações, acrescentar uma única hora ao curso da sua vida?

Pois, se nem ainda podeis as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?

Considerai os lírios, como eles crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles…

… não andeis inquietos. … vosso Pai sabe do que precisais. (Jesus)


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

… mal por mal…

Bom… de regresso a Luanda… depois de umas ‘pequenas’ férias por terras frias… nada melhor do que vestir uns calções… e estender este corpinho ao sol… um choque térmico era uma possibilidade… depois do frio que passei em Portugal… mal saí do aeroporto senti um bafo de ar tórrido, caracteristico dos trópicos… ás 10h já estava na praia… a temperatura atingia os 35º… e aproveitei para descansar da viagem de avião… e repôr o bronze.
A temperatura da água do mar está fantástica… e a cuca gelada… pedi outra… hummm.
O melhor que isto tem… é… deixar de ouvir falar, todo o santo dia, no caso freeport, no socrates, no procurador, no BPN, no BPP… confesso que já não tenho pachorra para aturar tanta ‘inergumice’… pois é…
… confesso, porém, que estive esperançado, que os ingleses pedissem a extradição do nosso primeiro-ministro… por troca com… vale e azevedo… mal por mal…
E pronto… acabo pois por achar, que Portugal não tem um problema… Portugal é um problema.
As funções de soberania que ainda lhe cabem - e que não foram avocadas por Bruxelas - desempenha-as mal… a segurança…. é cada vez mais insuficiente e insatisfatória, a educação, a saúde, a justiça não satisfazem ninguém…
… os portugueses não confiam no governo (em nenhum governo), no parlamento, nas autarquias, nos tribunais, na procuradoria, no Banco de Portugal, etc.
O problema já não é das pessoas que as ocupam… elas têm rodado neste sistema oligárquico-partidário-mete-nojo, frequentemente com o voto popular… mas a desconfiança permanece…
… o ideial mesmo… seria votar em branco… se o voto em branco elegesse alguém… ninguém seria eleito… mal por mal… ‘ninguém’, era bem capaz de fazer melhor do que alguém eleito…
Portugal vive, há pelo menos dez anos, traumatizado consigo mesmo. Inexplicavelmente, o “país dos brandos costumes” transformou-se num país de justiceiros e corruptos… as injecções de adrenalina são permanentes e já ninguém consegue viver sem “casos”.
Nesse período de tempo foram, que me recorde, o “Caso Vale e Azevedo”, o “Caso Caldeira”, o “Caso Moderna”, o “Caso Independente”, o “Caso Isaltino”, o “Caso da Câmara de Lisboa”, o “Caso Apito Dourado”, o “Caso Casa Pia”, o “Caso BCP”, o “Caso BPN”, o “Caso BPP, o “Caso Gondomar”, o “Caso Fátima Felgueiras”, o “Caso Portucalle”, o “Caso Furacão”, o caso “Casino Lisboa”, “o caso Bragaparques”, o “Caso Freeport”, só para referir os mais conhecidos.
Todos eles durante anos na justiça e nos media, e muitos deles ainda por terminar… Portugal é, de facto, um caso curioso…
Anyway… Luanda parece-me bem… a miudagem da marginal já tinha saudades minhas… um deles abraçou-se efusivamente a mim… pensavam que já não vinha… o outro rapou o cabelo e deixou uma crista loira… vinha com o pano das lavagens no ombro “tás com melhor aspecto pá… os olhos já não estão vermelhos… humm isso é bom sinal… e a crista… ouve, fica-te a matar” eu disse.