quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

que saudades que já tinha de mim próprio…

Luanda, cara amiga, sabes que te adoro, não sabes?
Adoro as pequenas coisas que me fazes sentir… e que nunca senti; as supremas alegrias com que me brindas quase todos os dias.
Na verdade, sem ti, amiga Luanda, jamais poderia experimentar o valor que as coisas comezinhas da vida têm, e que me vais dando sem regatear e pedir algo em troca…
Sou um homem realizado e feliz… afinal de contas, tu consegues fazer-me ver, todos os dias, que  a vida tem sentido… que a felicidade existe nas pequenas grandes coisas.
Abra-se o champanhe e festeje-se… Luanda, minha amiga Luanda, hoje, deste-me luz e ar-condicionado e agua e café… e permitiste-me ver a minha própria cara ao espelho que já não via há três dias… e que saudades que já tinha de mim próprio…
Amanha, se não for abusar da tua boa e sincera vontade… se me ajudares e puderes manter os electrões em movimento e o gerador a gerar e se o deposito de gasóleo que o alimenta e o faz gerar tiver sido cheio pela carroça de abastecimento e se esta não tiver tido um qualquer percalço no caminho e se o liquido for verdadeiro e com pouca agua misturada… pois, confesso-te cara Luanda, se tal acontecer, atingirei o êxtase último supremo, que só tu, minha amiga Luanda, me podias oferecer… se tal acontecer amanhã terei a televisão a funcionar e a box da tvcabo que explodiu a funcionar… a ver se permites que veja o CAN.
Obrigado por me fazeres ver que dormir com calor e a suar como um porco e com medo dos ataques dos mosquitos é coisa de muito valor e um desiderato a evitar.
Afinal, agora vejo… sou feliz com pequenas grandes coisas.
Também não esqueço, do prazer que me deste, quando me deste a agradável noticia que eu tinha conseguido um lugar no avião, em Dezembro último…
Embora tivesse um bilhete comprado com dois meses de antecedência e devidamente confirmado, tu Luanda amiga, ao fim de 48 horas de espera no aeroporto, com malas na mão, conseguiste mais  uma vez surpreender-me… permitiste que alguém ficasse em terra… permitiste que dentro de milhares de pessoas cujos bilhetes foram corruptamente cancelados, eu fosse o escolhido para  poder passar o natal com a familia… muito sincero obrigado.
Apenas te encontro um defeito, minha cara Luanda… não me permites ter a felicidade de sentir o que é viver num clima quente… para gozar e apreciar esta boa temperatura terias de a baixar e voltar a subir… mas isso, eu não levo a mal… não podemos ter tudo na vida… e na verdade aprecio todos os segundos deste tempo maravilhoso.
Agora reparo… andas mais bonita e com melhor aspecto Luanda… mais verde, mais organizada; puseste rímel nas tuas estradas, vejo melhor as tuas curvas… fizeste um novo penteado e puseste cor nos teus cabelos… agora sim… sinto, cheiro e vejo finalmente a cor inesquecível de africa… o verde dos coqueiros importados de Miami agora plantados pelas linhas da marginal… do teu corpo que já foi lindo (ao que dizem), que já foi feio (ao que eu digo), que vai ser lindo (ao que adivinho).

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4 comentários:

Julio disse...

É complicado.

Ellen disse...

Olá.Estamos dando uma voltinha e para nossa felicidade encontramos seu blog !!! Fantástico !!! Vamos voltar sempre aqui.
Viajamos por 5 meses e fizemos nosso blog.
Venha viajar conosco e esperamos que vc goste.
www.viagemafora.blogspot.com
Um feliz 2010 cheio de viagens pra vc !!. um abraço
Antonio & Ellen

Anónimo disse...

"não podemos ter tudo na vida..." mas tu tens quase tudo.Inclusivé a coragem de lutar por aquio em que acreditas!
Admiro-te!

BibaRita disse...

Ricardo este post tá demais!
è daqueles para ler muitas vezes, repeti-lo em voz alta e interiorizar!
Que boa energia transmite esse teu pensamento positivo!
E é tão bom saber que és Tu que o sentes!
è a tal Lei do Saber Viver aproveitando o dia a dia, os condicionalismos, as frustações com um vale sempre a pena!

Obrigado Tio por nos brindares com o teu blog!