terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

domingo, 21 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

domingo, 14 de fevereiro de 2010

não era preciso tanto...

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oops…

 

 

 

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… beijitos… mary


     
      
São Valentim…
Reza a lenda que o Imperador Romano Claudius II teria proibido os casamentos, de forma a angariar mais soldados para as frentes das suas batalhas.
No entanto, um sacerdote de nome Valentim, teria violado o decreto imperial, realizando casamentos em segredo.
Após ter sido descoberto, Valentim foi preso, torturado e condenado à morte. Enquanto esteve na prisão, ele teria recebido muitas mensagens de encorajamento e flores das pessoas que acreditavam no amor.
Surgiu também, durante o seu cativeiro, uma mulher de nome Júlia, filha do seu carcereiro, cega desde nascença, que o visitava com alguma frequência levando-lhe comida e muita conversa e… uns beijitos talvez.
Diz a história que Valentim, sensibilizado com o problema de Júlia, implorou diariamente a Deus para que a fizesse recuperar a visão. Certo dia, durante uma das suas visitas, uma luz iluminou a cela e Júlia começou a chorar… ela começou a ver.
Perante este milagre, toda a sua família converteu-se ao Cristianismo. Claudius II, sabendo desta história e percebendo que Valentim não tinha renunciado o seu Deus, condenou-o à morte, por decapitação, a 14 de Fevereiro de 269 d.c.
Antes de partir, Valentim escreveu uma mensagem escrita de adeus para ela, na qual assinava como … “Do teu Valentim”.
A igreja aproveitou o dia 14 de Fevereiro romano, dia dedicado à deusa Juno – deusa das mulheres e do casamento – para instituir o dia de São Valentim, tornando-o protector dos enamorados…

  

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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

de costas veremos sempre o pôr-do-sol…

Tenho andado a evitar escrever sobre o estado da nação… enfim, discorri sobre a matéria o suficiente em posts anteriores e, concluí nessa altura, aquilo que hoje mais veemente penso sobre o assunto… Portugal colapsou.
Não se trata apenas de considerar que as politicas económicas adoptadas nos últimos 18 anos foram altamente gravosas e irremediavelmente comprometedoras para o futuro país… não, trata-se  de ter a certeza que não há gente capaz de liderar a sociedade…
… para todos os lados que me vire, por todos os ângulos que espreite não encontro vivalma que discurse e promova a pró-actividade económico-empresarial do país… é sempre a mesma treta de sempre, corta aqui, corta acolá, põe ali, tira-da-colá… meros mangas de alpaca.
O que observo, isso sim, é uma chusma de gente profícua na retórica, profusos no embuste, numa teia de interesses oligárquico-partidários sem fim à vista.
Enfim, precisa-se de gente que conheça profundamente as potencialidades do país… na agricultura, nas pescas, nas minas, no turismo, nas industrias… gente com saber, que indique á populaça os sectores específicos aonde o país deve investir e para os quais tem vantagens comparativas com os outros países… fomentar por essa via concreta, o empreendorismo das nossas gentes, alicerçado em coisas concretas; infelizmente temos assistido a ideias tontas e vagas… ‘choques tecnológicos’, cuja substancia a populaça desconhece em absoluto… eu próprio, não sei o que tal ideia quer significar…
É bom de ver… toda a atenção da manada está orientada para o lado errado, a despesa… se queremos ver o sol nascente é bom virar-mo-nos para o lado certo, de costas veremos sempre o pôr-do-sol… enfim, dedicamo-nos a observar o desfecho… urge orientar-mo-nos para o lado certo, para a receita… e trabalhar para a desenvolver.
Em boa verdade, não há gente competente nas fileiras dos partidos… o espírito presente na classe politica é semelhante ao estouro caótico da manada… de facto ninguém sabe para onde vai, nem por onde vai, poucos sabem porque vão…

Defendo, uma vez mais que, todos os governantes… os primeiros-ministros, os ministros, os deputados, enfim toda a actual corja que nos governa, fosse obrigada a submeter-se a exames escritos e orais… para ver se elevamos a qualidade das rês…
… exames de história, economia, artes, enfim, de todas as áreas de candidatura :)… exames esses efectuados e avaliados pela nata da nata da sociedade civil das diversas áreas… os mestres… ao mesmo tempo que, para se candidatarem a tais cargos, deveriam ter, no mínimo, quinze anos de experiência profissional nas áreas que vão governar, de preferência em sectores empresariais industriais…
Com efeito, teriam que obter cartas de recomendação de antigos patrões e colegas de trabalho;), teriam de perceber efectivamente das matérias que vão gerir, sem prescindir, de vedar em absoluto a candidatura a pessoas cuja vida profissional tivesse sido passada nos ‘Jotas’ dos partidos… o que reduzia bastante, senão mesmo para zero, o numero de candidatos actualmente disponíveis na política…
Gostava pois, que empresários de sucesso, médicos de sucesso, artistas, escritores, historiadores, cientistas de sucesso, gestores e engenheiros e arquitectos de nomeada, pudessem submeter quem nos governa a exames profundos e escolher o melhor preparado… fazer um retiro para avaliação… uns três meses de sucessivas e ininterruptas avaliações, para fazer cair os impostores e mestres do embuste… aqueles que, à laia da retórica bacoca não se aguentam muito tempo perante gente de saber… podemos enganar as pessoas comuns com palavras, mas dificilmente enganamos o Saber com palavras… e aí sim, poderia o estado remunerar os escolhidos convenientemente… a bem da nação.

Era bem capaz de estender este método de recrutamento de pessoal governativo, a secretários de estado e deputados, administradores de empresas públicas, bem como das fundações publicas e restantes institutos das despesa, entidades responsáveis por cerca de 25% do endividamento do país…
… enfim, a ideia era criar uma estrutura nas Berlengas, uma pousada, que permitisse acomodar todos os candidatos ou aspirantes a governo… nada de muito luxuoso…três meses seria tempo suficiente para que os mestres e toda a populaça se apercebessem se os candidatos tinham conhecimento real das matérias que iriam gerir… ao mesmo tempo, que seria suficiente o tempo, para saber se andam na passa… ou se tem problemas psicológicos, afectivos…  ou tiques psicóticos.

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Sim sim, uma desavergonhada imitação…

Qual Zandinga, acertei nos ‘números’ do euro milhões…
«... o verdadeiro perigo será quando for constatado que dos milhares de milhões euros ou dolares gastos de pouco ou nada serviram... que os problemas serão piores, pois não haverá mais recursos, nem capacidade dos estados em injectar mais capital na economia... os estados não poderão endividar-se mais, nem aguentar deficits maiores do que é suportável... tempos bem piores se avizinham... a continuar esta forma patética de combater a crise... » Crónicas Terra Ardente (dez 2008)

Portanto, o paradoxo é simples… os governos endividam-se para estimular os Mercados… os Mercados desconfiam da capacidade dos governos de pagar.
Os governos são obrigados a cortar na despesa ou aumentar impostos. Qualquer das hipóteses tem o efeito contrário ao estímulo necessário.
Um ano e meio e muito protagonismo depois, por parte de pessoas que não sabiam muito bem o que andavam a fazer, estamos muito perto do colapso.
A grande diferença é que agora são os estados que estão acossados e estes vão tentar safar-se através do poder que têm sobre os seus cidadãos.
Claro que os Estados que estão agora numa pior posição são aqueles que seguiram uma estratégia de imitação sem se darem conta que tinham vulnerabilidades à partida que os outros não tinham.
Sim sim, uma desavergonhada imitação… e acertei também nas ‘duas estrelas’ do jogo…
«e por tantas vezes se repetir uma solução patética, esta acaba por ser defendida por todo o rebanho... que segue instintivamente de olhos fechados o logro desta solução milagrosa... de olhos fechados não vêem que seguem rumo ao precipício... imitam medidas que tem sido tomadas noutros países, como sendo também aplicáveis ao nosso próprio... e fazem-no não porque pensam, mas porque imitam a manada...»Crónicas Terra Ardente(dez 2008)

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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Vi o que foi a origem da Mamã Muxima... mais nada

… quando entrei nas imediações da capela e subi o ultimo lanço de escadas, deparei-me com dezenas de chinelos e sapatos que os fiéis, respeitosamente, deixavam à entrada… fiz o mesmo para entrar e logo a seguir vi bebés deitados no chão sobre pequenos lençóis ao longo do acesso central ao altar… estavam aparentemente sozinhos.
… dirigi-me lá para frente e coloquei-me, silenciosamente, mesmo na segunda fila, bem por detrás de umas três ou quatro mulheres que, debruçadas sobre um varandim, clamavam as atenções de Nossa Senhora da Muxima.
Via que levantavam os braços e gesticulavam… na realidade estavam a rezar, mas faziam-no de uma forma interessante. Aproximei-me mais delas, e arrebitei as orelhas, uma tentativa de curiosamente indagar sobre o conteúdo do que diziam… e era magistral a forma como se dirigiam à Mamã Muxima…
… estabeleciam um dialogo verdadeiro, falavam com Ela argumentando e contra-argumentando de forma simples mas com veemência e espante-se, Ela respondia… claramente, a Mamã Muxima respondia… podia perceber que as mulheres ouviam mentalmente a resposta da Mamã Muxima e devolviam a resposta verbalmente, fazendo gestos com as mãos e expressões indicativas de insatisfação ou conformação pela resposta dada pela Santa, encolhendo os ombros ou fazendo cara de arrependimento e súplica.
… achei muito interessante esta forma de rezar, no fundo um diálogo franco com a santidade… e não podia de deixar registada a sensação única que vivi…
… da mesma forma, que me dirigi a uma das mulheres que segurava um bebé ao colo e que se sentou ao meu lado… vendo a cara dela, cansada de tanto falar com a Mamã Muxima, reparei que tirava com dificuldade algumas notas de cinco kwanzas (5 cêntimos de euro)… fiquei intrigado, afinal de contas aquele dinheiro não dá para rigorosamente nada… perguntei-lhe se estava tudo bem com o bebé, uma rapariga linda com carapinha… e apertei-lhe as bochechas…
… felizmente estava tudo bem com a menina e talvez, vendo bem, a Mamã Muxima tenha feito com que se encontrassem duas pessoas que se precisavam mutuamente… eu de falar com ela e ter a certeza que a menina não estava doente e ela de sentir que alguém quer saber das dificuldades daquela gente…
Anyway, o grande motivo para visitar este local sagrado prende-se com o facto de ter tido conhecimento que, aquando da visita do Papa Bento XVI a Angola, este ter aprovado, juntamente com  José Eduardo dos Santos o novo projecto arquitectónico para a Muxima… na verdade, antes que aquilo se transforme radicalmente num local de vendilhões, quis ver e registar aquele local como sempre foi… sem modernices vanguardistas.
Aprecio as coisas como elas são e gosto que se respeite a história e as culturas locais. 




Não obstante, em boa verdade, o projecto parece bonito e bem concebido, elaborado por arquitecto português de nome Júlio Quaresma… um dia será um local como Lourdes, Santiago Compostela ou Fátima, senão em fama, pelo menos em condições logísticas… mas eu vi o que foi a origem da Mamã Muxima... mais nada.

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domingo, 7 de fevereiro de 2010

Mamã MUXIMA…

Preambulo – a little bit of history…
Era uma vez, há muito muito tempo atrás, homens brancos e fortemente armados ocuparam um pedaço de terra à beira-rio plantado; ergueram um pequeno posto militar (1581)sobranceiro ao rio kwanza, bem no coração da selva aonde viviam povos nativos e tribais que guerreavam entre si.
Estes povos eram ferozes e difíceis de controlar… viviam no mato, comiam do mato e moviam-se com agilidade no mato… os portugueses, embora com vantagem tecnológica militar, não eram capazes de submeter aqueles povos…
El Rei lusitano, qual Deus na terra, ordenava urgente captura de carne humana… o engenho das gentes lusas e a sua inabilidade em lidar com as tribos guerreiras locais, conjugaram-se para formar um ardiloso plano… eleger uma das tribos e arma-la convenientemente; a ideia era usar uma tribo (amiga) para capturar outras tribos e obter escravos em numero suficiente para enviar para as Américas…
… por falar em Américas, estou agora convencido que esta técnica (lusa) foi devidamente estudada e aproveitada pelo pentágono americano… ouvi dizer que foram os gringos que armaram e financiaram Bin Laden… e os Talibãs Afegãos… afinal de contas, esse método é bem português…
Anyway, construiu-se então uma fortaleza naquele local, no ano de 1609, um entreposto comercial, aonde eram presos os escravos obtidos e vendidos aos agentes de trading internacional… para El Rei engordar.
Conta a lenda popular que, erigida do nada, surgiu repentinamente uma capela, a capela da Muxima, por obra de um milagre da Santa Maria, que terá tido duas aparições no local na primeira metade do século XVII.
Muxima, que significa coração no dialecto  Kimbundu, é uma zona de forte tradição de magia e bruxaria, pelo que o "surgimento milagroso da capela" terá sido uma demonstração de poder de Maria sobre as outras poderosas tradições da área.
Esse facto alimenta a suspeita de que o local já era considerado sagrado pelos autóctones antes da edificação do templo. Neste sentido, os colonizadores terão edificado o templo católico sobre o local sagrado dos povos locais, como forma de mostrar o seu poder e submete-los psicologicamente.
Com efeito, a dominação dos deuses de um povo tem sido uma técnica de submissão dos povos usada por várias potências imperialistas ao longo da história da humanidade. No meio de toda essa amálgama de lendas, milagres, mistérios e contradições, desde 1645 - e quiçá muito antes - que Muxima tem chamado a si corações de milhares de pessoas que junto dela falam das suas preocupações, angústias e desejos. Muita gente vai à "Mamã Muxima" na esperança de que esta resolva os seus problemas de saúde que a ciência não tenha conseguido debelar, outros vão pedir que ela lhes traga dinheiro e os livre da pobreza em que vivem.
Não raramente pessoas há que vão à Muxima para entregar-lhe a vida de alguém.

A viagem…
Bom, a viagem começou cedo… às 8h estavamos prontos para a viagem… esperavam-nos cerca de 210 km… Littlejohn e eu próprio queríamos conhecer aquele local.
Logo a seguir a Sangano, a uns 90 km de Luanda, deparamo-nos com uma placa a indicar o caminho para a Capela da Muxima… 120 km.
Ok, esses quilómetros seriam todos debelados em terra batida e frequentemente esburacada, rumo ao interior do parque nacional da Kissama, aquele mesmo parque aonde há uns meses fizemos um safari… lembram-se? pois, mas este parque tem uma área de 10.000km2… ou seja é cerca de cinco maior do que o distrito de lisboa ou braga.
E… bom, confesso… adoro viagens que metam jipes e estradas em terra…
Logo à entrada uns miúdos… parei o carro e abri a janela; qual foi o meu espanto que um dos miúdos, quando viu a minha cara, ficou aterrorizado… a chorar… parecia que tinham visto um monstro… enfim, a minha cor de pele não ajuda lá muito… marcou-me e, pronto admito, magoou-me um bocadito… afinal, não acho que seja assim tão feio… deve ter sido da minha companhia… :)
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À medida que ia-mos avançando rumo ao interior da selva, a paisagem transformava-se lentamente… uns embondeiros de onde em onde, umas arvores espaçadas em extensas porções de terra, típica savana, foram dando lugar a uma paisagem mais verde e mais cerrada… à medida que avançavamos sentiamos a presença de maior vida animal… uns macacos a atravessar a estrada, águias, gazelas, muitas ‘fraacas’…
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Paramos várias vezes durante o caminho… a cor da estrada alternava entre um cinzento claro e um vermelho forte…
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Enfim, ainda quis imitar a capa do livro de Miguel Sousa Tavares – SUL – mas saiu aquilo (em cima à direita)… um tipo de olhos fechados… bem, na verdade o fotógrafo não é lá grande coisa e, bem, faz jus a própria alcunha no que a arte fotográfica diz respeito… embora, diga-se, fique muito bem à frente da camera (em cima à esquerda).
A paisagem é magnífica, de um verde estonteante… experimentamos suster os sons das palavras e o barulho do motor… e ouve-se estranhamente o som do nada misturado com todo o som dos animais da selva, que vão ululando aos pios e urros ecoando sucessivos alertas de perigo à sua própria comunidade… afinal de contas, dois animais esquisitos com semelhanças aos conhecidos macacos, mas estranhamente altos e com penugem singular, desassossegavam o quotidiano da vida selvagem… seríamos predadores, ou meras presas?
Nunca gostei lá muito de obter certezas a esse respeito…
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A gazela não podia fugir desta vez… sai do carro, com algum cuidado, e ainda consegui apanhá-la… voilá

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Estávamos já muito perto da Muxima… a povoação é muito pobre e vive em casas ainda feitas de estacas de paus forrada a paredes de lama ou barro…
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A avenida principal da Muxima é fantástica… e tem bibliotecas e salões de beleza…
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…. e roças modernas….
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… e algumas estruturas de cultura lusa…
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… e nativas a tomar banho e lavar a roupa…
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… e miúdos simpáticos…
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… e capelas e fortes…
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… e árabes e mais árabes…
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… e arcadas…
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… ahhh  e a Capela da ‘mama Muxima’

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… e cruzes… e terços…
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… e rapazes e raparigas…
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… e estilosos…
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… e imaginação…
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Nota final…
… a viagem foi fantástica… littlejohn and my self na descoberta de africa.


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