«Portanto, se a luz que há em ti são trevas, quão grandes serão essas trevas!»
As voltas que o léxico dá... Nada mais fascinante que assistir-lhe ao carrossel! Antigamente, tínhamos o Rei soberano. Depois, a reboque de ilumineiros e francesuras, transitámos para o Povo soberano.
Agora, numa espécie de culminância lógica para tão cândida saga, desembocámos na Dívida Soberana.
"Liberdade, igualdade e fraternidade", não era? Pois aí as tendes. Num progresso verdadeiramente inexorável. Para o abismo.
Porque é que a cavalgadura confunde a meta com a cenoura?
Lembrem-se daquele versiculozinho onde reza assim: "Não podeis servir a Deus e a Mamon (o dinheiro)". Depois, reparem que tudo começou no dia em que um homenzinho decidiu que o Poder não vinha de Deus, mas emanava dele próprio.
A seguir cada homenzinho extrapolou, não sem uma certa lógica intrínseca, que se um homenzinho podia ser Deus, todos eles podiam ser também.
As engrenagens do Mundo, porém, são fatais: o Poder vem sempre de alguma parte. Se não do Alto e Sublime, então do baixo e desprezível. Se não conta a Palavra, passa a contar o número; se não sobrevale o Espírito, sobrevale a moeda.
Daí o corolário actual: Não deves nada a Deus? Brilhante,pá! Deves tudo ao bancos. Pega, pois, nesse teu materialismozinho todo e refocila. Chafurda. Banha-te e afoga-te nele!...
Digno de pena? Porque serias tu digno de pena, se trocaste a tua Dignidade por patacos?!...
(via dragão)
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