segunda-feira, 6 de julho de 2009

Uma espécie de… safari

É… o dia começou cedo… muito cedo; às 3:30am já sentia movimento na casa; como sempre, a noite que antecede um qualquer programa fora do comum, eu simplesmente não durmo… não consigo… é assim, não há nada a fazer.
A ideia era estar na Reserva Selvagem da Quiçama bem cedo… na precisa altura em que a bicharada selvagem desperta. A Reserva fica a uns 100 km de Luanda logo a seguir à ponte do rio Kwanza.
Foi quem quis ir… eu, o ivan, o joão, o portista cláudio e o zé, em dois jipes…
Sempre tive o sonho de fazer… digamos… um safari; pois este, foi uma espécie de safari.
A entrada da reserva fica a uns 39 km da estrada principal, e para lá se chegar temos de passar aquela distancia em picadas duras. Bom, à noite tudo se torna mais emocionante.
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‘ épa parem lá um bocado… como é que eu posso beber a minha cerveja com este piso’ telefonou o ivan que vinha noutro jipe.
Daí a um pedaço o ivan saiu do jipe e veio, no meio da mais profunda noite, ter comigo mais à frente… a pé.
‘vai uma? ‘ perguntou o ivan
O ivan parecia relaxado, e na sua boa disposição vai comentando alegremente algumas coisas… ali no meio da selva, enquanto bebe uma.
‘ ó ivan… pá, sabes… os animais selvagens… tipo leões e tal, gostam de passear à noite… aliás é de noite que caçam.’ eu disse em tom informativo e continuei ‘ na verdade, se olhares para trás de ti, nesse escuro profundo, deve estar ali algo a… digamos… tirar-te as medidas’ eu concluí.
Ainda não tinha terminado de informa-lo sobre a vida selvagem nocturna… e constatei, que o ivan já não estava ali… num ápice desapareceu… tele-transportou-se de imediato para o seu carro :) :) :)… “Piss off” como diria o officer cabtree, the policeman francais da série allo allo.
Bom, percorrer esses 39 km demorou cerca de uma hora e meia.
Antes mesmo de entrar na reserva vimos um gnu que atravessou à frente do nosso carro numa correria desenfreada… mal tivemos tempo de o ver… parecia que ia a fugir de alguma coisa.
Finalmente chegamos à reserva… o dia começava a amanhecer.
A entrada era um portão de ferro enorme de onde se estendia uma vedação eléctrica… parecia que estava a entrar no jurássic park… respeitinho… e ansiedade.
Mais cinco quilómetros e chegamos ao centro da Reserva Selvagem da Quiçama… uns bungalows, para quem quiser lá dormir é uma opção a ter em conta.
A recepção estava repleta de mosquitos… eu fazia tremer o corpo e as pernas, como o fazem naturalmente os animais para os afastar e abanava os braços como um demente… saí dali a fugir… só parei no carro, ele próprio já cheiinho de mosquitos… paguei o tinha a pagar e cobri-me de repelente de insectos… tenho para mim, sem qualquer modéstia, que as fêmeas acham-me atraente… as mosquitas claro está, e são elas que transmitem a malária… embora as dispense, não as levo a mal, acho que elas tem bom gosto :)
Preferimos partir na visita à reserva no nosso próprio jipe… uma vez que o camião já estava lotado… à frente ia um outro jipe com um guia angolano.
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A paisagem é fantástica… tipo savana, e de vez em quando em locais mais húmidos a vegetação era mais luxuriante, de um verde mais acentuado.
Nós, os ocidentais europeus, temos a ideia que a selva é um antro de animais selvagens numa luta constante pela sobrevivência… no fundo esperavamos ver uma caçada; uma gazela a fugir de um leão ou coisa semelhante… enfim coisas que vemos nos documentários da fox life ou da national geographic.
Pois era mesmo isso que queriamos e foi exactamente isso que não tivemos :)
O raio dos elefantes não apareciam, as girafas deviam estar aninhadas, as zebras nem vê-las… só conseguimos ver dois grupos de gnus e umas gazelas e uma avestruz e um macaco, muita passarada… dizem que tivemos azar.
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Pois, na realidade o guia conduziu-nos durante três horas de mato, por locais que se afastavam dos centros de agua… os rios, nomeadamente o kwanza.  E eu sabia que ali não podiam estar muitos animais… uma vez que precisam de agua; mas estavamos a contar que o guia nos levasse para as proximidades dos rios. Vi muita bosta de animais pesados… mas os defecadores, nem vê-los.
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Enquanto tal não acontecia, iam aparecendo alguns animais e aproveitamos para observar a flora… que é magnifica.
O problema é que o telemóvel, que é a minha camera fotográfica, não alcança as distancias africanas…
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Durante a viagem toda apenas me atrevi a sair do jipe umas três vezes… a primeira para me aproximar de uma gazela, sem êxito… a segunda para o fazer aproximação a um grupo de gnus, lá ao longe… mas os tipos são medonhos, parecem búfalos e fixaram-me demasiado… de frente para nós, senti-me como um forcado numa tourada e acabei por corajosamente lhes ‘virar as costas’… à toureiro.
A terceira vez que saímos do jipe foi apenas para ‘marcar território’…

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Ao fim de três horas de picadas, regressavamos à recepção da Reserva… falei com o guia a respeito do afastamento que fizemos do rio… e conclui que devia-mos  ir sozinhos explorar o caminho até ao rio… ali onde os animais vão beber e caçar e onde há crocodilos e tal.
Rapidamente apercebe-mo-nos o motivo pelo qual o guia não nos levou lá… o acesso era indescritível… pobres jipes. A meio do percurso, já não havia forma de voltar para trás… a ideia era regressar por outro caminho mais acessível…
Finalmente chegamos ao rio… o kwanza… e é lindo lindo de morrer.
‘Bom dia amigo… como é organizam excursões de barco rio acima?’ eu perguntei a um tipo que lá estava.
‘organiza sim sinhô’ ele respondeu
Em conversa com alguém foi-me então dito que é uma viagem fantástica… o único problema é que a meio desse percurso existe um grupo qualquer que manda uns tiros para quem faz o passeio… de longe mandam bala sempre que passam por umas determinadas terras.
Fiquei a pensar no assunto… e imaginei-me no meio do rio, com uns tipos  a praticarem tiro sobre mim próprio… é claro, teria sempre a possibilidade de me atirar para a agua do rio repleta de crocodilos… mas considerei não ser ainda altura de fazer essa viagem.
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Anyway o local onde estavamos era um delta… uma confluência de dois rios; do outros lado da margem via-se lá ao longe uma aldeia tradicional africana.
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O regresso foi pacifico, não obstante termos chegado à conclusão que teríamos de subir o difícil caminho de volta…  os jipes são muito finos… trepam arvores, escalam montanhas… nas nossas mãos.
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Acabada a visita ao parque, queríamos ir ainda até à praia… Sangano foi o local escolhido, e por lá passamos o resto do dia ao sol a comer umas sandes de presunto e umas lagostas, que também somos filhos de Deus…
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1 comentário:

Ana Paula Lavado disse...

Ehehehehe
Muito gostava eu de te ter visto com um daqueles chapéus tipo penico, armado em "descobridor" da selva, aos tiros de caçadeira, na tentativa de caçar uns mosquitos e umas lagartixas, para trazer como troféu!!!!!!!!
Mas...
Pelos vistos... caçaste um "bronze" para a pele... o que já não foi mau de todo!
Meu beijo pa tu

PS: Não te esqueças de trazer a cabeça da lagartixa embalsamada..... lol