Embora seja um tipo meio agnóstico, meio deísta e sem ideias definitivas sobre a matéria existencial, nestas alturas sinto-me sempre um palerma; a sério… porque raio serei ‘assim’ e ao mesmo tempo ‘assado’?
Descobri que sou ‘assado’… é, sou ‘assado’… e pergunto-me porque sou então ‘assado’ quando penso racionalmente que sou ‘assim’.
Lembrei-me de Descartes, um tipo que desenvolve um estilo de pensamento, que pese embora não aprecie lá muito, mas que contudo entendeu, como eu agora também intuí, que se sou de facto ‘assado’ é porque existe em mim tal ideia ‘assim’.
Confuso? também acho…
Na verdade a coisa até é simples… que dizer, hoje lembro-me daqueles que há 49 anos se juntaram num projecto de vida em comum… o meu pai e a minha mãe; recordo esse dia imaginando as velhas fotografias lá de casa em cima da mesa, ao lado da lareira e que eternizaram o momento.
Lembro-me do meu pai, com muita saudade, mas com satisfação… e sinto, quando penso nele, que de facto não sou ‘assim’ como penso que sou… eu sinto que ele está presente, mesmo não estando.
E lembro-me da minha mãe, também com saudade, mas com a satisfação de não precisar de sentir que está presente, lembro-me com a satisfação de a poder ver e sentir todos dias, mesmo não a vendo a esta distancia.
E pronto como o mundo é feito de coincidências, lembro-me por mero acaso, que hoje é também dia da implantação da república portuguesa e que há quarenta e um anos também nasceu um tipo ‘assado’ de feitio e mesmo ‘assim’, confuso como o caraças.
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