Tendo presente que a Zâmbia foi uma colónia Inglesa, não é, pois, de estranhar que o turismo tenha a sua origem, essencialmente, em pessoas que falam a língua de Shakespeare… ingleses, americanos, canadianos, sul africanos, um ou outro italiano, um brasiliano… e, dois portugueses, nós.
Tínhamos à disposição um mordomo, vestido a rigor, our own private butler, Jonnathon, que sabia algumas palavras na língua de Camões, sort of; «óbrigadu… di náada»… eram as únicas palavras que sabia… invariavelmente, de manhã, perguntava sempre «how are you feeling today, Sir? do you need something else, Sir?».
Bom, confesso, estive quase para lhe dizer «apetecia-me algo, Jonnathon, algo doce…» mas enfim, o tipo não vê certamente os anúncios da televisão portuguesa e depois coisinhas doces, bem, era suficiente a minha mary.
Na verdade aquele país está bem orientado em termos turísticos… do outro lado da fronteira com o Zimbabwe, passando a ponte metálica, a realeza inglesa, há uns trinta anos, costumava passar férias num hotel magnifico… um hotel mítico; foi lá que esteve alojado uma pessoa brasileira que conhecemos no aeroporto:
«périgoso o Zimbabwe? nã meu irmão, então, eu sou paulista…» ele disse a rir.
A resposta dele não me convenceu… a escala de perigo do brasileiro paulista é certamente diferente da minha; bem, na verdade, a minha escala de perigo também não será a mais adequada, uma vez que trabalho e moro em Luanda, mas a da minha mary…
Anyway, a famosa ponte metálica que separa a Zambia do Zimbabwe é um assombro… é o local do mundo preferido pelos amantes de desportos radicais… body-jumping, canyoning, rafting, asa delta, helicópteros…
Depois de visitar a ponte, decidi que não faria body-jumping… a altura é descomunal e o rio a jusante das quedas é assustadoramente agitado…
Um casal sul africano, de aspecto Inglês, foram connosco no transfer que nos levava a um safari pelo rio acima… eles queriam fazer rafting, mas a organização cancelou temporariamente aquele desporto… a corrente do rio era demasiado forte para o efeito…
Nós, eu e a mary, fomos no safari pelo rio… e não podíamos ter feito melhor escolha… vimos crocodilos, hipopótamos, diversas aves… uma aventura que nos marcará para sempre…
O safari incluía uma paragem numa pequena ilhota… aonde serviram chã e café e biscoitos…
Os guias foram fantásticos para nós… por fim voltamos a avistar as cascatas e o hotel…
(continua)
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1 comentário:
Então Tio atiras-te de uma avioneta podre dos tempos de Che Guevara e não te atiras de uma ponte metálica? das imagens que mais gostei foi sem duvida a da majestosa e senhora ponte metálica!
ah e da cara sempre sorridente da tua Mary!
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