‘ahh pai grandi, só sáí ágorá…’ ele disse vindo ao meu encontro.
‘ então pá, o que é foi?’ eu perguntei a um tipo negro de cabelo loiro lá da marginal.
‘mi deram hoji ordem di soltura; tivi préso uma simana’ ele disse mostrando-me o documento de soltura.
‘fogo pá… o que é que fizeste?’ ele perguntei
‘ahh pai grandi, elis me ápanháram no domingo à fumá daquelas coisa… sabi?... e mi prenderam’ ele informou
‘o quê? liamba? épa pensei que já te tinhas deixado dessas merdas’ eu disse e continuei ‘ mas ouve lá e passaste mal na prisão? como é aquilo? tem celas? e camas?’ eu questionei curioso.
‘ahh é uma céla prá todos e tem meismo qui dormi no chão… nem comida mi deram’ ele disse a fazer-se à gasosa e continuou ‘tem muita genti lá dentro… tem alguns da tua côr, que fizeram disfalque lá nás empresa’ ele informou
‘ pois, é o cara… mas olha lá e aquilo à noite é perigoso? quer dizer os presos não se metem uns com os outros?’ perguntei
‘nã pai grandi… tudo tranquilo’ ele terminou
‘pronto pá, toma lá para comeres qualquer coisa… mas não fumes meu, se te vejo com os olhos vermelhos… nada feito.’ ele avisei
‘brigado… nã pai grandi é só meismo liamba’ ele disse menosprezando a coisa.
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