domingo, 6 de julho de 2008

1º dia em Luanda

A viagem até correu muito bem ... pelo menos até chegar ao aeroporto de Luanda; cheguei num avião enorme da companhia aérea da africa do sul fretado pela TAAG; eram cerca das 19.00h e já estava completamente escuro, noite cerrada.

"ô senhor, senhor não é essa a fila o passaporte e o papel pra carimbar"; dei-lhe o passaporte e volta-e-meia formou-se uma fila de estrangeiros e eu que até era o primeiro passei para último. Pensei "aquele gajo ficou-me com o passaporte"; claro está que não tirei os olhos, de longe, daquele documento que o tipinho entretanto pôs para lá na mesa. E ainda bem que sou estive atento, porque quando chegou a minha vez, o tipinho pediu-me o passaporte; "já lho dei a bocado" disse; "pois então deve de ser este". Claro que não era, o tipinho tinha dado o meu passaporte a outro burro qualquer. Disse: "dass... pára tudo", ficaram todos a olhar para mim; revistei a fila inteira que tinha controlado préviamente, pedi os passaportes a todos, e um portuga qualquer tinha o meu. Resolvido.

"Passaporte, vacinas e papel" disse um chapado com o savinvi.
"Boa noite" eu disse.
" que vei fázê á luanda"; quanto tempo vai ficá; onde vai ficá"

Achei que a pergunta tinha água no bico e resolvi dizer o que tinha na carta de chamada.
"vim ... fazer uma auditoria financeira a uma empresa e tal"
"então vem trabalhá? precisa de visto de trabalho e não deste" retrucou o savinvi.

pensei: "prontos o gajo apanhou-me"
"bem, vamos lá ver, uma auditoria não é um trabalho" saiu-me esta incongruência.
"no grupo x e tal" continuei e "claro o principal objectivo é turismo"

depois de algumas trocas de impressões com o sr. fiscal da alfandega de Luanda, o tipo diz-me:
"bouli dar um conselho, o seu visto é prá turismo, num diga que é prá trabalhá."
"ha é?" pronto obrigado amigo.

Passando a entrada da alfandega, local que dá vontade de estar, passa-se a outro bem melhor; o das malas; um enxame de gente á espera das malas; só demorou umas três horas até chegar á conclusão que a minha, afinal, não era a última.

Tinha o director geral supostamente á minha espera lá fora e os telemóveis não funcionavam. A mala perdeu-se com tudo, tudo, tudo. Aconteceu a mim e a mais uns quatro. "bilete da mala pérdida" disse. Preencher formulários, descrever conteudo completo da mala, mais uma hora. lá consegui encontrar o dr. L V que á custa de umas "gasosas" conseguiu entrar no aeroporto e disse-me para não sair sozinho do aeroporto que depois me vinha buscar "telefone-me assim que acabar de preencher os formularios dos perdidos e achados" . Pensei "haverá algum motim lá fora, estou f...".

Estava tão furioso que mal saí daquele gabinete fui determinado para a rua sozinho. "doutô, eu levo á mala, cem dolar" outros metiam-se a frente. Lá encontrei os portugas á minha espera a pagar á negada a "gasosa" por nada; Carro, voltas, buracos e casa. Bairro Azul, um das melhores zonas de Luanda. Sem dúvida disse. Tendo por comparação aquelas imagens do afeganistão que vemos nos telejornais, então Luanda é, quiçá, um bocadinho melhor. O que é posso dizer da casa... fraquinha, fraquinha. Bom tem tvcabo, internet, e só isso é que é bom de resto... O Dr. I está cá há um mês e também habita a casa; parece habituado. Levou-me a dar uma volta de carro com um tal Reis, que está cá há já quatro anos.

Portas trancadas e levou-me a beber uma cerveja na ilha de Luanda. Bar "Chill Out" muita gente, alguns brancos, musica e pronto falar do apito dourado e tal. O bar tem bom aspecto, excepto a envolvente da ilha que é toda fraquinha, pronto muito má. Repetiam repetidamente que agora até melhorou bastante; não queria acreditar; que upgrade era aquele?; como é ser pior?. há pois é que só recentemente fazem alguma recolha de lixo; antes era junto nos passeios e queimado á noite. "Fantástico" pensei.

Fui para a cama contar "malas" para adormecer. Até dormi bem, pouco mas bem.

Dia seguinte almoço com o patrão licenciado em Economia. Almoço muito agradável num bom hotel, onde me contou todos os projectos do grupo. Mostrou-me o meu gabinete (bom) em instalação na marginal (bom). "Pois está muito bem".

No regresso para casa, com o director geral convidei-o a ir ver a casa. felizmente também achou que não estava nada bem, nem adequada. Não se preocupe vamos tratar de melhorar, ouviu, "épa, não se preocupe". "Acho muito bem", porque de facto não dá pé. Mas olhe que esta zona é das melhores.

2 comentários:

Anónimo disse...

Boa Ricardão!!!

BibaRita disse...

Mas que grande aventura!! Bem os preto tem muito que se lhe diga mesmo!!! Adorei ler parece que eu propria estava a viver esse primeiro dia em Luanda! Bem Tio! Habitua-te! Isso daqui a uns meses, com essas histórias todas, ainda vais dar umas boas gargalhadas! Vamos ficar á espera de noticias!

Beijo grandão!!