quinta-feira, 16 de outubro de 2008

...conversas da treta...más é bom págá á mulé...


"aah, á mulé déli sáiu di casa... um ómi não ficá bem nê doutô...?" afirmou o motorista, referindo-se a um colega que tem sistemáticamente faltado com os seus compromissos profissionais.
"pois... quer dizer... é... ou melhor deve ser, dificil pá... mas pronto ela lá devia ter as suas razões... mas um tipo tem que deixar os problemas fora da empresa... não é fácil, eu sei... mas pronto... é o que é... cada coisa no seu lugar" fui dizendo.
"mais eu doutô préféria pérdé á mulé qui pérdé o emprego, num áchá?..." continuou.
"é... pá... portanto... talvez... apesar que empregos há muitos... e mulheres... bem, de facto também há muitas... depende não é" eu disse reflectindo na coisa.
Bem a conversa estava a dar nisto... mulé para a frente mulé para trás, enfim... até que me disse "sabi tenh um filhu com outra mulé..." continuou "e págu á pensão á éla pró meu filho... cem dólar ou mais... dipendi... ás vezis num posso dá nada" continuou.
"eh eh, ora tu saiste-me cá um malandro... então mas se não deres a pensão, como é o teu filho... vive e come, não é?" fui dizendo.
" nã doutô... eu num posso fálhá... é bom págá á mulé... éla fáiz escaaaandalu na empresa... num podi sê... mulé é ássim... xiii" retrucou.
Ora nem mais, nada como um bom escandalo para por os homens em sentido... não há quem resista a tal embaraço... e a mulher angolana aprendeu isso há muito tempo, sim senhor.
É pena que o sr. eng. não seja casado... é mesmo pena! era 'porreiro pá' ver 'á mulhé' dele em bruxelas a... enfim, adiante.
"mas então pá como é que isso aconteceu...?" eu perguntei.
"ahh doutô elas num mi láááárgam... telefóooonam, insiiiistem... e um homem num aguéntá num é... o pior éra sáir cu éla ao domingo... como faiz?..." ele perguntou.
"epá não sei diz lá..." eu disse curioso.
"tenhu qui vestir calções... e dizê qui vô treiná... veja só doutô, no domingo tenhu qui andá di calções...num ficá beim num acha?"
"pois, isso é muito chato... mas a tua mulhé sabi?" eu perguntei já a falar como ele.
"tivi qui contá com jeito... agora sabi... agora já aceitou, mais foi difiiicil... uiiichh" ele disse.
Bom, estando por cá há já algum tempo (105 dias, 20h e 2 minutos) já deu para perceber, estes casos em angola são normais... acontecem amiúde; o mulherio aqui é assanhado... e os homi não devem ficar nada tristes... deve ser o clima.
De facto vê-se muita angolana com filho nas costas... e muitas outras emprenhadas. Passa frequentemente na rádio sensibilização para planeamento familiar... aqui, o homi angolano não tem a vida nada fácil...
Mas ainda não tinha percebido bem 'the all picture'... "portanto ó nelson... a tua mulher aceitou... já superou a coisa e tal... épá mas então se fosse ao contrário... se ela tivesse, 'supônhamos', outro 'homi', uma aventura... como era...?" eu perguntei.
"oichhhh doutô... hã... nã... ia logo prá cása da mãe, num acha doutô?"
Fiquei esclarecido... homi é homem ou hombre ou monsier... não há clima neste planeta que mude tal abjecta ideia.
Mas pronto estou convencido que, no que a isto diz respeito, ás mulé são mais subtis...
... não fossem elas a força mais poderosa que deus criou...
                                                                          (continua)


2 comentários:

BibaRita disse...

afinal Luanda, Lisboa, Paris, Londres nesse aspecto é tudo igual... Homis preto branco e amarelo tudo igali!

Anónimo disse...

Força poderosa...a mulher é o poder máximo!Há lá poder maior que GERAR, CRIAR...Assim,se a Criação é um acto divino...Deus é Ela!!!! Abraço