quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Falsos homossexuais

 - Falsos homossexuais-


Braveheart-- oh Ricardo sabias que o Paulo Rangel disse que é homossexual?

Ricardo- pá, não sabia até o homem dizer que era. Cada um é aquilo que é. Ponto.


Braveheart- escuta, eu não pretendo discutir a orientação sexual mas, não achas que há falsos homossexuais?

Ricardo- falsos como?


Braveheart- epá, nota bem, nos homens heterossexuais não há pulsão de atracção sexual para com outros homens. A atração, toda a fantasia sexual dos homens heterossexuais, tem um destinatário que são as mulheres.

Ricardo- certo, e?


Braveheart- quer dizer, o homem comum ou padrão (heterossexual)  gosta de apreciar as mulheres em geral mas, volta e meia, há uma com a qual se apaixona e até com ela pode vir a casar. Esse homem padrão apaixona-se eventualmente por uma mulher específica...

Ricardo- é o amor.


Braveheart- ... mas, mesmo tendo um amor não deixa de, digamos, continuar com a pulsão pelo feminino. Se se divorciar ou ficar viúvo vai continuar com a pulsão para com o sexo oposto. 

Ricardo- certo.


Braveheart- os homens homossexuais também se apaixonam. Mas ainda não percebi bem se se trata dum amor pela pessoa, que por acaso é do mesmo sexo, ou se a pulsão pelo mesmo sexo continua se, por hipótese, o homem amado finar.

Ricardo- e ...


Braveheart- e fiquei a pensar que o facto dum tipo amar outro tipo não quer dizer que, na falta do seu amor, continue a ter uma pulsão por homens. São os falsos homossexuais que, na verdade, amam verdadeiramente uma pessoa independentemente do sexo da mesma.


Ricardo- estás a baralhar-me a cabeça.

Braveheart- epá, quando um dos elementos dum casal hetero morre, o viuvo ou viúva das duas uma: ou quer permanecer nesse estado pela vida toda ou, se não quer, em princípio, procurará outro parceiro de diferente sexo. Volta a casar ou assim. No caso dos casais homossexuais haverá uma certa percentagem com pulsão certa e definitiva por pessoas do mesmo sexo, aconteça o que acontecer mas, haverá uma boa parte que, na falta do seu amor, se apaixonem por outra pessoa de outro sexo. São estes últimos os falsos homossexuais.


Ricardo- então, mas isso também pode ocorrer doutro modo. Nessa linha podemos também inventar os falsos heterossexuais. Aqueles que tendo vivido e convivido sempre com uma pessoa de sexo diferente, chega a uma altura do campeonato e passa a jogar noutra equipa.

Braveheart- lá estás tu com as tuas manhas de retórica. 


Ricardo- mas não será assim?

Braveheart- Epá, esses teus truques irritam-me quase tanto como quando vou ver onde dá o jogo do FCporto para a liga dos campeões e constato que é no canal que não tenho. O que ocorre quase sempre, diga-se.


Ricardo- em que ficámos, então? Podemos concordar que, afinal tanto pode haver falsos homo como falsos hetero.

Braveheart- temo que tenha pensado nisto precipitadamente. Talvez o falso homossexual não seja uma espécie única do reino. Vejo agora, claramente, que também há falsos heterossexuais que podem reinar.


Ricardo- estou estupefacto contigo. Nunca pensei que desses o braço a torcer tão rapidamente.

Braveheart- é para veres, quando burilas um argumento irrefutável, não consigo rebater.


Ricardo- mas quê, achas que tu podias virar homossexual?

Braveheart- estás parvo pá?


Ricardo- pela conversa...

Braveheart- epá, nem pensar. Até te digo mais, tenho tanto nojo e asco pelos homens em geral que nem percebo como as mulheres podem gostar de nós. Se eu fosse mulher não gostava de homens. São feios, peludos, com sobrancelhas disconformes, com formas desagradáveis etc.


Ricardo- estás a admitir então que, se fosses mulher, eras homossexual, lésbica.

Braveheart- mil car.... são cenas distintas. Uma coisa é o eu homem real não vislumbrar a hipótese do eu mulher virtual se apaixonar por um homem, outra coisa é a suposição do eu mulher.


Ricardo- estás baralhado.

Braveheart- não estou nada. Tu é que encaminhas o meu pensamento mas, aquilo que eu queria dizer é, afinal, outra coisa.


Ricardo- qual coisa? Queres salvar a pele com outro argumento, não é?

Braveheart- Sim, repara, há falsos homossexuais porque há uma certa organização de interesses grupais que onde é preciso estar para subir na vida.


Ricardo- bom esforço. O que queres dizer é que há gente a fingir que é homossexual para poder aceder a certos cargos por simpatia sexual de grupo ou de lobbies dos seus dirigentes?

Braveheart- yá, é isso. Estás a ver, não achas que um tipo que se mostre homossexual pode muito mais facilmente cair nas boas graças do, por exemplo, Paulo Rangel ou doutros em lugar de destaque?


Ricardo- irmãos de luta. Brothers in arms. Talvez assim seja, infelizmente. Há uma certa dose de prostituição de colarinho branco na sociedade. E isso ocorre sempre em grupos de interesses, de facto. Até tu, portista dos sete costados, eras menino para fingir ser do Benfica se a promoção ou negócio estivesse ali ao virar da esquina do tasco cujo presidente era adepto ferrenho do Benfica.

Braveheart- também não exageremos. Nunca chegaria a esse ponto. Seria mais fácil, vê lá tu, virar gay, do que engolir benfiquismo por interesse comercial.


Ricardo- hummmm

Braveheart- quer dizer, não admito essa hipótese, embora já tenha trabalhado num clube de futebol como diretor financeiro, tendo na altura mais simpatia desportiva pelo seu principal rival. Mas, enfim, nenhum deles era o meu clube. Para além de que um profissional não mistura cores de futebol com o desempenho profissional. Excepto no caso do Benfica. 


Ricardo- ... e no caso dos lobbies gay.

Braveheart- certo, há certas linhas vermelhas, não é?


Ricardo- não sei, há?

Braveheart- a conversa contigo hoje está a pôr-me desconfortável.


Ricardo- também não estás nos teus melhores dias. 


.

Sem comentários: